domingo, novembro 12, 2006

As cheias vieram para ficar

Não é tão cedo que nos livramos destas cheias nefastas que devastam Portugal inteiro. As alterações climatéricas que se têm vindo a registar nas últimas semanas deverão ser cada vez mais frequentes, assim como as cheias delas derivadas. Desta forma, é iminente um urgente ordenamento do território e da reflorestação.
"No século XX, as cheias foram o desastre natural mais mortífero em Portugal, seguidas pelos sismos." Foi esta a conclusão de uma investigação do centro de estudos geográficos, segundo nos informa o semanário Sol. Só nas intempéries de 1967 morreram mais de 500 pessoas. Segundo informou ao Sol o especialista em recursos hidrológicos e alterações climáticas, Rodrigues de Oliveira, este tipo de fenómenos vai agravar-se nos próximos tempos. Ele acrescenta ainda que isto se deve ao facto do ciclo da água ser controlado principalmente pela temperatura: "havendo um aquecimento da atmosfera pela emissão de gases, haverá mais precipitação." O especialista informa também que em Portugal haverão menos aguaceiros mas poderá "chover tudo num mês ou numa semana." Rodrigues de Oliveira defende a existência de duas causas evidentes para a devastação das últimas semanas: a intensa pluviosidade e a deflorestação que "contribui para a não infiltração da água, gerando um maior fluxo para os rios." A Quercus acrescenta que há uma falta de ordenamento do território. Lembra ainda que as urbanizações e a impermeabilização dos solos impedem a infiltração das águas e aumentam o escorrimento superficial rápido, provocando problemas de drenagem e inundações. Foto: www.youngreporters.org/IMG/jpg/cheias_3.jpg

domingo, novembro 05, 2006

Ninhos abandonam linhas da EDP

Até ao final do ano, a EDP Distribuição vai retirar 282 ninhos de cegonhas de postes eléctricos e locais "críticos" para a segurança de abastecimento de energia à populações. Esta campanha tem como objectivo "compatibilizar a qualidade do serviço de distribuição de electricidade com a preservação do ambiente", explica o director do gabinete de Ambiente e sustentabilidade da EDP, Neves de Carvalho, ao Jornal de Notícias. Esta iniciativa denomina-se "Operação Cegonha Branca", na qual a EDP investiu 177 mil euros. A campanha foi autorizada pelo Instituto da Conservação da Natureza (ICN) e conta com a parceria da Quercus. Neves de Carvalho acrescentou também numa Conferência de Imprensa realizada na passada sexta-feira que não se sabe ainda o número de "cortes" de energia que as aves causaram. Sabe-se apenas que a "maioria" tem origem em contactos dos animais com os condutores de média e alta tensão.
Os técnicos irão avaliar, caso a caso, se será possível a devolução dos ninhos ao meio natural. Estes vão tentar, por exemplo, colocá-los em árvores próximas dos postes, inserindo dissuasores de poiso para que não regressem no ano seguinte. É o terceiro ano consecutivo que se realiza esta campanha, já tendo sido colocados 1100 apoios, geralmente perto dos postes eléctricos onde os ninhos se encontravam. Segundo a Quercus, a qual orienta os técnicos da EDP no terreno, 1400 aves morrem todos os anos em Portugal por electrocussão e colisão com a rede electrónica.