Faltam dez dias para confirmar, ou não, a argumentação da Administração Bush de que o conhecimento científico sobre as alterações climatéricas estaria repleto de incertezas, divulgou, anteontem, o Público. Esta resposta será encontrada num relatório que irá afirmar, com mais certezas, que é o Homem o culpado pela subida da temperatura na Terra. Este documento é o quarto relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, na sigla inglesa), organismo criado pelo Programa de Ambiente das Nações Unidas e pela Organização Mundial em 1988.
A cada cinco ou seis anos, o IPCC revela uma vasta avaliação da produção científica sobre o aquecimento global. Este já é o quarto relatório elaborado é realizado por 450 autores principais, 800 co-autores e ainda 2500 especialistas, na qualidade de revisores, segundo o IPCC.
A 2 de Fevereiro será divulgado o primeiro volume do relatório - o "sumário para decisores políticos" - que trata da base científica das alterações climáticas. Cita-se já uma versão preliminar deste documento em jornais como o El País (espanhol), The Observer (britânico) e o jornal canadiano Toronto Star.
Segundo estes jornais, este novo relatório reforça a responsabilidade humana no aquecimento global. O documento considera que é quase certo que os gases com efeito de estufa provenientes de actividades humanas são a grande causa do aumento da temperatura nos últimos 50 anos. Esta certeza não era tão grande no último relatório do IPCC, em 2001.
Através deste documento, as previsões para o final deste século serão, também, mais certas. Estima-se que a temperatura média global irá subir entre 2 a 4,5 graus Celsius até ao fim do século, comparativamente à era pré-industrial. No terceiro relatório, a previsão era entre 1,4 e 5,8 graus Celsius, provando que o documento actual está mais preciso.
Revelar-se-ão, também, dois aspectos positivos. O primeiro é o de que o nível do mar irá subir mais lentamente do que era suposto. O segundo é que a corrente marítima do Golfo, a qual aquece parte do hemisfério Norte, não irá ser interrompida este século, pondo de lado o cenário de um grande resfriamento de zonas muito povoadas na América do Norte e Europa.
Irá haver, ainda, uma reunião de discussão sobre o sumário para decisores políticos, em Paris, de 29 de Janeiro a 1 de Fevereiro. Neste encontro, serão avaliados os comentários dos vários governos sobre a finalização do documento.
O IPCC revelará, ainda, os relatórios sobre os impactos das alterações climáticas e sobre as formas de preveni-las, nos meses de Abril e Maio, respectivamente.
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